Secretaria
de Educação de Florianópolis
promete
reforma da escola para o primeiro semestre
Gilberto André Borges1
Após
a divulgação neste blog
de fotos e de informações sobre o estado crítico em que se
encontra a estrutura física da nossa escola, muita coisa aconteceu.
Como educador e pesquisador com mestrado na área de Tecnologias da
Informação e Comunicação (TIC), já conhecia de antemão o poder
das novas possibilidades de divulgação de informações na rede
oriundas destas tecnologias. Também é conhecido o fato de que
mídias diferentes sobrepõem informações, sendo comum sites
populares noticiarem sobre televisão, por exemplo, e outras mídias
utilizarem-se da internet
como fonte de dados e assim por diante. Estamos diante de uma
realidade onde a informação é abundante e está em todos os
lugares, transformando a vida das pessoas. O filósofo francês
Pierre Lévy aponta para diversas transformações culturais oriundas
das mudanças decorrentes do advento da chamada ‘Sociedade da
Informação’. Denomina cibercultura ao novo arranjo que se
descortina a partir do uso social das redes de informação, as quais
chama de ciberespaço. Neste contexto, ensejávamos apenas dar
ciência à comunidade escolar da situação real da estrutura física
de nossa escola. Desejávamos utilizar-se do ciberespaço para fazer
aquilo que a sociedade tanto almeja das administrações públicas,
ou seja: dar transparência à realidade. Costumamos postar no blog,
tanto ações positivas e afirmativas, como o resultado educativo de
projetos e ações pedagógicas de nossa escola, bem como aquilo que
é necessário informar à sociedade, mesmo que seja negativo à
imagem da instutuição, pois o poder das TIC na mudança da relação
das pessoas com a informação refere-se ao grau de transparência da
própria informação e não é relativo à tecnologia empregada,
pura e simplesmente. É preciso informar à sociedade as boas ações
realizadas na e pela escola, bem como aquilo que pode interferir,
mesmo que negativamente na vida escolar dos alunos. Enquanto
investido do cargo de diretor desta Unidade Educativa, não poderia
me furtar à responsabilidade de informar à comunidade o estado real
da estrutura física de nossa escola. Lamentavelmente, o dito ‘estado
real da estrutura física’ de nossa escola não é dos melhores. Ao
me investir do cargo de diretor, assumi a incumbência de melhorar
esta estrutura física, pois assumia junto com o cargo, um prédio
depredado e com sérios problemas estruturais, acarretando riscos e
prejuízos aos alunos, professores, funcionários e demais pessoas
que frequentavam esta Unidade Educativa. Diversas melhorias já foram
realizadas pelo direção da escola nesta gestão, utilizando-se
recursos da chamada Verba Descentralizada. Entre estas melhorias,
podemos citar a contrução da cobertura na área do tanque,
possibilitando melhores condições de trabalho aos funcionários da
limpeza, que antes eram obrigados a operar sob sol forte ou chuva.
Também podemos citar a construção do parque para os anos iniciais,
o que sequer havia na escola. O que tínhamos antes era um espaço
feio, escuro, mal cuidado e com pedras, que poderiam resultar em
acidentes. Também podermos citar a revitalização da sala do
primeiro ano do ensino fundamental, a qual estava em condições
precaríssimas de conservação. Incluímos a reforma na sala da
secretaria, a qual não oferecia condições mínimas de trabalho aos
servidores que ali estavam operando. Devemos incluir as melhorias de
acessibilidade, como a rampa para acesso de cadeirantes às salas dos
primeiros e segundos anos e a melhoria no sistema hidráulico e de
coleta de água das chuvas que, simplesmente, não funcionava. Isto
tudo na sede da escola, sem contabilizar a completa revitalização e
pintura do Anexo da Escola Básica Municipal Mâncio Costa, que se
encontra à três quilômetros da sede, e as outras melhorias ainda
em andamento. Não obstante a estas benfeitorias, precisamos informar
à sociedade que não temos condições de realizar com o recurso da
Verba Descentralizada aquilo que mais nos preocupava, ou seja: a
reforma da estrutura da escola, do telhado e da parte hidráulica e
elétrica. Diversos ofícios foram encaminhados à Secretaria
Municipal de Educação de Florianópolis (SME), informando o estado
crítico em que se encontram as vigas de sustentação da lage de
cobertura do refeitório, das goteiras em diversas salas, da parede
do banheiro masculino, entre outros problemas. Havia a promessa de
atendimento a estas reivindicações. Porém, mesmo conhecendo, por
haver estudado, o poder de comunicação das TIC, não poderíamos
imaginar a repercussão que uma nota no blog
da escola poderia ter chegando, inclusive, à grande mídia. Eis que
jornais da região da grande Florianópolis, ao tomarem conhecimento
pelo blog
da escola da situação crítica da estrutura, nos procuraram para
entrevistas no intuito de ampliar o alcance daquela notinha ali
colocada. Avaliamos positivamente todo o processo comunicativo
realizado, tanto a nossa ação e postura em relação ao uso do blog
da escola, o qual enquanto ferramenta à serviço da informação
deve veicular a verdade presente e inquestionável da realidade
concreta, bem como o papel da grande mídia, neste caso jornais
impressos locais. Ambas ferramentas de comunicação alcançaram seus
objetivos: o de veicular a informação e o de cobrar do poder
público, o que já havíamos feito por meio de ofícios e conversas
com a SME, a solução para estes problemas. Como já havia o aceno
por parte da SME em relação à reforma da escola, o avanço ficou
por conta de que, agora, temos um prazo concreto, oficializado pelo
poder público por meio das manchetes de jornal. A promessa de
reforma, agora sabemos, será concretizada em ações ainda neste
primeiro semestre. Já podemos perceber movimentações neste
sentido, com o pessoal da Diretoria de Infra-Estrutura (DEINFRA)
efetuando medições e projetando a reforma desta Unidade Escolar.
Desejamos o melhor dos mundos aos nossos educandos, pois educação é
compromisso de todos e dever do Estado. Somente alçaremos rumo ao
desenvolvimento do país com investimentos volumosos em educação
pública. A cibercultura impôs-se a todos, modificando todos os
ramos da atividade humana. As tranformações advindas do
desenvolvimento da Sociedade da Informação são totalizantes, para
utilizarmos um termo do empregado pelo sociólogo Manuel Castells.
Neste novo arranjo social, o investimento em educação é condição
si
ne qua non
para o desenvolvimento. Não obstante ao fato de que investir em
educação é estratégico para o desenvolvimento econômico e, até
mesmo, mais importante que isto, é afirmar que o acesso à educação
e aos bens culturais constuídos historicamente pela humanidade é
direito fundamental dos seres humanos. Como dizia Victor Hugo ainda
no século XIX: “abre-se uma escola e fecha-se uma prisão”.
1Licenciado
em Educação Artística com habilitação em Música pela UDESC
(2003). Mestre em Música pelo PPGMus - Programa de Pós-Graduação
em Música / UDESC (2010). Diretor da EBM Mâncio Costa.
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