quinta-feira, 26 de abril de 2012

Secretaria de Educação Promete Reforma na Escola


Secretaria de Educação de Florianópolis
promete reforma da escola para o primeiro semestre

Gilberto André Borges1

Após a divulgação neste blog de fotos e de informações sobre o estado crítico em que se encontra a estrutura física da nossa escola, muita coisa aconteceu. Como educador e pesquisador com mestrado na área de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), já conhecia de antemão o poder das novas possibilidades de divulgação de informações na rede oriundas destas tecnologias. Também é conhecido o fato de que mídias diferentes sobrepõem informações, sendo comum sites populares noticiarem sobre televisão, por exemplo, e outras mídias utilizarem-se da internet como fonte de dados e assim por diante. Estamos diante de uma realidade onde a informação é abundante e está em todos os lugares, transformando a vida das pessoas. O filósofo francês Pierre Lévy aponta para diversas transformações culturais oriundas das mudanças decorrentes do advento da chamada ‘Sociedade da Informação’. Denomina cibercultura ao novo arranjo que se descortina a partir do uso social das redes de informação, as quais chama de ciberespaço. Neste contexto, ensejávamos apenas dar ciência à comunidade escolar da situação real da estrutura física de nossa escola. Desejávamos utilizar-se do ciberespaço para fazer aquilo que a sociedade tanto almeja das administrações públicas, ou seja: dar transparência à realidade. Costumamos postar no blog, tanto ações positivas e afirmativas, como o resultado educativo de projetos e ações pedagógicas de nossa escola, bem como aquilo que é necessário informar à sociedade, mesmo que seja negativo à imagem da instutuição, pois o poder das TIC na mudança da relação das pessoas com a informação refere-se ao grau de transparência da própria informação e não é relativo à tecnologia empregada, pura e simplesmente. É preciso informar à sociedade as boas ações realizadas na e pela escola, bem como aquilo que pode interferir, mesmo que negativamente na vida escolar dos alunos. Enquanto investido do cargo de diretor desta Unidade Educativa, não poderia me furtar à responsabilidade de informar à comunidade o estado real da estrutura física de nossa escola. Lamentavelmente, o dito ‘estado real da estrutura física’ de nossa escola não é dos melhores. Ao me investir do cargo de diretor, assumi a incumbência de melhorar esta estrutura física, pois assumia junto com o cargo, um prédio depredado e com sérios problemas estruturais, acarretando riscos e prejuízos aos alunos, professores, funcionários e demais pessoas que frequentavam esta Unidade Educativa. Diversas melhorias já foram realizadas pelo direção da escola nesta gestão, utilizando-se recursos da chamada Verba Descentralizada. Entre estas melhorias, podemos citar a contrução da cobertura na área do tanque, possibilitando melhores condições de trabalho aos funcionários da limpeza, que antes eram obrigados a operar sob sol forte ou chuva. Também podemos citar a construção do parque para os anos iniciais, o que sequer havia na escola. O que tínhamos antes era um espaço feio, escuro, mal cuidado e com pedras, que poderiam resultar em acidentes. Também podermos citar a revitalização da sala do primeiro ano do ensino fundamental, a qual estava em condições precaríssimas de conservação. Incluímos a reforma na sala da secretaria, a qual não oferecia condições mínimas de trabalho aos servidores que ali estavam operando. Devemos incluir as melhorias de acessibilidade, como a rampa para acesso de cadeirantes às salas dos primeiros e segundos anos e a melhoria no sistema hidráulico e de coleta de água das chuvas que, simplesmente, não funcionava. Isto tudo na sede da escola, sem contabilizar a completa revitalização e pintura do Anexo da Escola Básica Municipal Mâncio Costa, que se encontra à três quilômetros da sede, e as outras melhorias ainda em andamento. Não obstante a estas benfeitorias, precisamos informar à sociedade que não temos condições de realizar com o recurso da Verba Descentralizada aquilo que mais nos preocupava, ou seja: a reforma da estrutura da escola, do telhado e da parte hidráulica e elétrica. Diversos ofícios foram encaminhados à Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis (SME), informando o estado crítico em que se encontram as vigas de sustentação da lage de cobertura do refeitório, das goteiras em diversas salas, da parede do banheiro masculino, entre outros problemas. Havia a promessa de atendimento a estas reivindicações. Porém, mesmo conhecendo, por haver estudado, o poder de comunicação das TIC, não poderíamos imaginar a repercussão que uma nota no blog da escola poderia ter chegando, inclusive, à grande mídia. Eis que jornais da região da grande Florianópolis, ao tomarem conhecimento pelo blog da escola da situação crítica da estrutura, nos procuraram para entrevistas no intuito de ampliar o alcance daquela notinha ali colocada. Avaliamos positivamente todo o processo comunicativo realizado, tanto a nossa ação e postura em relação ao uso do blog da escola, o qual enquanto ferramenta à serviço da informação deve veicular a verdade presente e inquestionável da realidade concreta, bem como o papel da grande mídia, neste caso jornais impressos locais. Ambas ferramentas de comunicação alcançaram seus objetivos: o de veicular a informação e o de cobrar do poder público, o que já havíamos feito por meio de ofícios e conversas com a SME, a solução para estes problemas. Como já havia o aceno por parte da SME em relação à reforma da escola, o avanço ficou por conta de que, agora, temos um prazo concreto, oficializado pelo poder público por meio das manchetes de jornal. A promessa de reforma, agora sabemos, será concretizada em ações ainda neste primeiro semestre. Já podemos perceber movimentações neste sentido, com o pessoal da Diretoria de Infra-Estrutura (DEINFRA) efetuando medições e projetando a reforma desta Unidade Escolar. Desejamos o melhor dos mundos aos nossos educandos, pois educação é compromisso de todos e dever do Estado. Somente alçaremos rumo ao desenvolvimento do país com investimentos volumosos em educação pública. A cibercultura impôs-se a todos, modificando todos os ramos da atividade humana. As tranformações advindas do desenvolvimento da Sociedade da Informação são totalizantes, para utilizarmos um termo do empregado pelo sociólogo Manuel Castells. Neste novo arranjo social, o investimento em educação é condição si ne qua non para o desenvolvimento. Não obstante ao fato de que investir em educação é estratégico para o desenvolvimento econômico e, até mesmo, mais importante que isto, é afirmar que o acesso à educação e aos bens culturais constuídos historicamente pela humanidade é direito fundamental dos seres humanos. Como dizia Victor Hugo ainda no século XIX: “abre-se uma escola e fecha-se uma prisão”.

1Licenciado em Educação Artística com habilitação em Música pela UDESC (2003). Mestre em Música pelo PPGMus - Programa de Pós-Graduação em Música / UDESC (2010). Diretor da EBM Mâncio Costa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário